Eu não conseguia dormir.
E não, não era só pelo incômodo no ombro era por tudo que havia acontecido.
Depois que saí do escritório, tomei um banho demorado, jantei com Leonardo... e foi horrível. Um silêncio espesso nos envolvia, parecíamos estranhos dividindo o mesmo espaço. Ele estava no mundo dele, e eu... no meu.
Durante o jantar, quis falar. Quis perguntar. Dizer o que se passava na minha mente, tirar dúvidas que martelavam dentro de mim como uma batida contínua: O que ele pensa? O que vai fazer? Mas engoli cada palavra, como fiz por anos.
Viver ao lado de Takeshi me ensinou a sorrir quando é conveniente. A calar quando se quer gritar. E, acima de tudo, a não questionar um homem que vive à margem das leis, porque palavras erradas podem custar caro.
Mas algo em mim... grita que estou errada.
Que não devo confundir Leonardo com Takeshi. Que pessoas são diferentes. Que talvez ele mereça o benefício da dúvida.
Ou talvez eu só queira que ele seja diferente.
Suspiro e me levan