— Faz sentido as investigações estarem confusas. Long é apenas um soldado... mas soube manipular todos a seu favor.
As palavras pairam no ar, ecoando na penumbra silenciosa do meu escritório da boate.
A iluminação é baixa, proposital. Apenas um abajur antigo sobre a mesa lança uma luz âmbar sobre os documentos abertos. O sofá de couro escuro em frente à estante está desocupado, e a garrafa de uísque pela metade repousa sobre a bandeja de vidro ao lado.
Pego um copo, mas não bebo. Ainda não.
Tirei o blazer assim que cheguei, a camisa branca agora com as mangas dobradas até os cotovelos. A gravata solta, pendendo do pescoço como uma corda frouxa.
Preciso pensar.
Preciso entender o próximo passo.
Assim que terminei de jantar com Harumi, vim direto para cá.
Minha mente repete o fato.
Era verdade. Eu precisava de silêncio, de distância para processar não apenas o que ela disse, mas tudo o que isso implica.
— Se a garota não tivesse contado… nunca saberíamos. — A voz grave de Br