— Eu não confio nele — digo para Long, os olhos ainda fixos nas fotos no celular.
As imagens mostram Leonardo em uma festa antiga, cercado de rostos sorridentes. Um tempo que parece pertencer a outra vida, muito distante da figura quebrada que está lá embaixo agora.
Long suspira á minhã frente, encostado na parede como quem carrega o peso de um plano ousado demais.
— Não seja tão dura com ele. De certa forma, ele está nas nossas mãos.
Não foi isso que pareceu durante a madrugada. Todo aquele caos ainda me assombra.
Não contei nada a Long, nem mencionei o arranhão na minha testa que consegui esconder com maquiagem. Só espero que desapareça até sábado, para que Mika não perceba.
— Eu sei que ele está em nossas mãos — entrego o celular de volta. Me levanto do sofá, sentindo o tecido do vestido longo deslizar pelas pernas enquanto caminho até a janela. O céu nublado cobre os altos muros do complexo como um manto de ameaça. — Mas é a suposta lealdade dele que me assusta.
Long se aproxima,