Do outro lado da linha, um silêncio profundo.
Eu temia que, ao ouvir o meu nome, Bruno ficasse desanimado, que ele não quisesse mais falar comigo.
Levantei-me e caminhei até Gisele.
— Eu falo com ele.
Estendi a mão em direção ao celular de Gisele.
Ela me olhou por um momento e, com um gesto suave, se despediu de Bruno.
— Irmão, vou passar o celular para a Ana, vocês podem conversar.
O coração de Bruno disparou, descompassado, ao saber que Ana queria falar com ele.
Ele até tentou sorrir, forçando os cantos dos lábios para cima, mas o efeito dos remédios que tomava para estabilizar suas emoções já havia feito com que ele perdesse a capacidade de sorrir de verdade.
— Bruno. — Chamei-o.
— Sim. — Ele tentou controlar a agitação no peito, respondendo com uma voz calma.
Fiquei em silêncio por um instante. A frieza em sua voz não me surpreendeu, mas o contraste era inegavelmente grande.
Levantei um pouco o canto dos lábios, com um tom irônico, e perguntei, tranquila:
— Quando você volta para C