Quando Gisele correu de volta para a mansão isolada, encontrou Bruno encolhido no canto do quarto.
A colher de plástico estava quebrada ao meio, e a parte afiada havia se cravado em seu antebraço.
Ele olhava impassível o sangue escorrendo, com uma calma assustadora.
Sentia que talvez não precisasse de tratamento algum.
Nenhum tratamento seria mais eficaz do que essa forma que ele encontrara para lidar com tudo.
— Irmão! Você prometeu que não iria mais se machucar!
Gisele caiu de joelhos diante dele, chorando, como aquela garotinha que sempre dependia dele, anos atrás.
— Sim, prometi.
Ele respondeu de forma monótona, retirando a colher do braço e jogando-a no chão, fazendo o sangue respingar.
Quando foi que ele percebeu que tinha essa tendência?
Talvez desde a infância. Naquela época, ele não entendia bem o que se passava, mas sentia que algumas emoções dentro dele se chocavam de maneira selvagem.
Ele se trancava no quarto, tentando sufocar esses sentimentos, isola