Capítulo 94, Eco do silêncio.

visão de Eduardo

Há dias em que o tempo parece andar em círculos.

Os minutos se repetem, as horas se confundem, e a casa inteira respira no mesmo compasso contido de quem teme acordar o destino.

Desde que Lua foi obrigada ao repouso absoluto, eu vivo como se caminhasse sobre vidro — qualquer passo em falso pode quebrar tudo.

De manhã, acordo antes do sol.

Fico um tempo observando ela dormir, o rosto sereno apesar das dores, uma das mãos sempre repousada sobre a barriga.

Penso em como ela consegue ser tão forte mesmo frágil, tão calma mesmo quando o mundo à volta parece desabar.

Sol costuma invadir o quarto pouco depois, com o cabelo bagunçado e a voz doce que ainda tropeça nas palavras.

— Papai, a mamãe já pode levantá? —

— Ainda não, meu amor. A mamãe precisa descansá pra a bebel crescê forte.

Ela franze o nariz, pensativa, e diz:

— Então eu vou ficá deitada com ela, pra a bebel sabê que eu tô aqui.

E deita, aninhando-se entre nós dois.

Pequenina, mas cheia de uma luz que me faz ac
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