(Lua Carvalho)
Quando cheguei em casa naquela noite, ainda estava atônita com tudo o que havia acontecido. Uma viagem para Nova York... comigo. Logo eu, que mal tinha dinheiro para pagar a conta de luz atrasada.
Minha avó Laura estava na sala, tricotando, como sempre. O cheiro de chá de camomila perfumava o ar. Ela ergueu os olhos assim que me viu.
— Lua, minha filha, o que foi? Está pálida.
Joguei a bolsa no sofá e me sentei ao lado dela, respirando fundo.
— Vó... eu vou ter que viajar.
— Viajar? — ela arqueou as sobrancelhas. — Para onde?
— Para Nova York.
Ela quase deixou o novelo de lã cair no chão.
— Nova York?! Minha Nossa Senhora! Mas... como assim?
Expliquei tudo: a reunião, a filial, a ordem de Eduardo. E a parte mais complicada: eu teria que levar a Sol.
— Ele disse que vai contratar duas babás, vó. Disse que eu não preciso me preocupar com nada, que terei todo suporte... mas eu estou nervosa. Não sei se estou preparada.
Laura segurou minha mão com firmeza.
— L