Capítulo 79, Entre a fé em Deus e desespero.
– lua
Há silêncios que machucam mais do que gritos.
E aquele foi um deles.
O tipo de silêncio que antecede o colapso.
Amber entrou no quarto branca como um lençol, os olhos arregalados, as mãos trêmulas.
Eduardo e eu estávamos revisando os relatórios médicos da Alyce, falando sobre o pré-operatório, quando ela apareceu na porta, sem voz.
Sol brincava no chão, cercada de lápis de cor, cantarolando baixinho uma música inventada por ela mesma.
— Amber? — chamei, já sentindo o peito apertar. — O que foi?
Ela não respondeu de imediato.
Respirava rápido, como se tivesse esquecido como se faz pra puxar o ar.
Depois, com a voz trêmula, soltou as palavras que mudaram tudo:
— Eles estão com a Alyce.
O som me atravessou.
Por um instante, achei que não tinha entendido.
— Como é que é?
— Thiago e Cláudia — continuou ela, o olhar perdido. — Eles sequestraram a Alyce.
Eduardo ficou imóvel.
Só o som da Sol rindo no tapete quebrou o silêncio.
— O que você está dizendo? — ele perguntou, a voz controlad