Capítulo 74. A bluxa me dá medo.
– Sol
Mamãe falô que eu não podia pensá mais na mulhé da escola.
Mas é dífilcil, sabe?
Quando eu fecho o olho, eu vejo o chapéu dela, o sorrisinho falso, e fico toda gelada por dentlo.
Parece que o vento fico tlinco, tipo quando a gente escuta um segledo do medo.
Naquele dia, depois que a mulhé saiu correndo, mamãe me pegô no colo tão lope que eu até pensei que ia sumí dentlo do ablaço dela.
Ela cholava, e eu num sabia se era de tlisteza ou de alívio.
Mamãe cholava difelente — não igual quando vê filme de cacholinho, nem quando o papai fala que eu tô gande.
Era um cholo cheio de sentimento mistulado, sabe?
Tipo quando chove e faz sol junto.
Eu fiquei com a cabeça escondida no peito dela, sentindo o cheilo do pefume que tem nome de “flozinha da manhã”.
Mamãe passava a mão no meu cabelo e dizia baixinho:
— Tá tudo bem, minha Solzinha. Tá tudo bem agola.
Mas o coração dela batia tum-tum-tum, tão lálápido, que eu sabia que não tava tudo bem.
Quando a gente chegô em casa, papai tava no t