Capítulo 49, Um dia eu vou voltar a andar.
(Eduardo )
Sempre acreditei que meu maior inimigo fosse eu mesmo.
Meus traumas, minhas lembranças, minha incapacidade de esquecer o acidente que mudou minha vida para sempre. Eu carregava a culpa e o peso da dor como uma corrente amarrada ao peito. Mas agora, pela primeira vez em anos, percebia que o verdadeiro perigo não vinha apenas de dentro. Ele tinha rostos, intenções e sede de vingança.
Dois nomes queimavam na minha mente: Thiago e Cláudia.
Depois da última cena, depois das palavras que Lua despejou em meio a lágrimas, não tive dúvida: precisava de respostas. Não bastava desconfiar, não bastava apenas sentir o cheiro da traição no ar. Eu precisava de provas, de algo concreto que confirmasse meus temores.
Por isso, logo na manhã seguinte, fiz uma ligação que preferia nunca ter feito. Liguei para um velho conhecido, um homem em quem confiava mais do que em qualquer autoridade do país: Antônio Vasconcelos, o melhor detetive particular que já conheci.
Discreto, meticuloso, famoso po