(Visão de Henry )

Eu estava parado em frente à pia da sala cirúrgica, esfregando as mãos sob a água quente, sentindo aquele familiar peso de responsabilidade se assentando nos meus ombros. Cirurgia cardíaca pediátrica. Um menino de sete anos. Caso delicado. Mas meu coração… meu coração estava em outro lugar desde cedo, inquieto, apertado, como se soubesse que algo ruim estava prestes a acontecer.

“Concentração, Henry”, murmurei a mim mesmo, olhando meu reflexo no vidro estéril.

Meus olhos estavam vermelhos — talvez de cansaço, talvez de algo que eu não queria nomear.

Antes que eu terminasse de me paramentar, o telefone interno tocou.

— Dr. Henry? — era a recepcionista, com a voz trêmula. — É sobre a Amber… houve um acidente.

Meu mundo parou.

— O que aconteceu? — minha voz saiu mais alta do que deveria.

— Ela… caiu na escada do setor infantil. Ela está sangrando muito, doutor. E a Alyce está muito assustada…

Não esperei ouvir mais nada.

— Ligue para o Dr. Morris imediatamente. Ele assu