Capítulo 116, só vejo a escuridão.

— VISÃO DE AMBER

Eu sempre odiei hospitais. O cheiro forte de desinfetante, as luzes frias demais, o silêncio que nunca era realmente silêncio — sempre interrompido por passos rápidos, carrinhos metálicos, pessoas correndo para salvar alguém. Mas naquele dia, o hospital não significava medo. Significava… esperança.

Alyce caminhava ao meu lado, segurando minha mão com força. Ela estava animada, apesar do corpo ainda tão frágil. Seus exames de rotina eram sempre cansativos, mas ela fazia tudo com aquela coragem silenciosa que eu admirava tanto.

— Tá tudo bem, mamãezinha Amber — ela disse, sorrindo fraco. — Eu tô ficando forte igual você.

Eu apertei sua mão.

— Você já é muito mais forte do que eu, Alyce.

Ela sorriu, quase tímida. E naquele olhar eu via tudo: a força, o medo, a esperança, a pressão de ser forte demais por tempo demais.

Seguimos até o consultório. O médico fez perguntas, examinou, pediu mais um ultrassom e alguns exames de sangue. Era rotina — mas cada vez que ele franzia
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