Capítulo 118, Entre o medo e o amor.
(Visão de Amber )
O silêncio do consultório me esmagava.
Eu precisava respirar, mas parecia que o ar tinha sumido do mundo. O médico estava parado na minha frente, com aquele olhar que eu sempre temi ver na minha vida — o olhar que diz que algo se quebrou e não dá mais pra consertar.
Eu apertava a mão do Henry com tanta força que meus dedos doíam. Ele ainda estava ao meu lado, mas eu sentia como se estivesse caindo sozinha num buraco sem fundo.
— Amber… — o médico disse, com a voz baixa, controlada. — Eu preciso que você me ouça com calma, tudo bem?
Eu balancei a cabeça, embora nada estivesse bem. Minha garganta ardia.
— Você estava esperando gêmeos, cada um em sua própria placenta… — ele começou a explicar, devagar, como se as palavras fossem navalhas. — E na queda… um dos bebês sofreu um impacto maior. O coração dele… parou, e não resistiu.
Eu senti como se meu peito tivesse rasgado.
A dor foi tão instantânea, tão funda, que arrancou meu ar.
— Não… — murmurei, sem reconhecer minha p