Laís
A semana seguiu como um fio esticado, prestes a arrebentar. No trabalho, todos se moviam entre relatórios e reuniões, mas meus pensamentos ainda estavam na noite com Eduardo. O corpo lembrava cada detalhe: a respiração dele contra meu pescoço, os gemidos abafados, o jeito como suas mãos me seguravam como se nunca fossem soltar. Mas, junto com a lembrança, vinha a sombra. Felipe rondava pela cidade, Clara não escondia a insistência, e eu me perguntava quanto tempo o silêncio entre nós conseguiria resistir.
Gabriela encostou na minha mesa com seu sorriso travesso.
— Você anda com cara de quem troca a noite pelo sol — comentou. — Tá mais leve, mas também mais perdida.
— Só tô cansada.
— Claro. — Ela piscou. — Cansada de segredos. Fica tranquila, amiga. Quem gosta de você de verdade não vai se esconder por muito tempo.
Rafaela se juntou, colocando uma pilha de papéis na mesa. — Ou talvez só precise de um empurrãozinho. O Eduardo tem cara de quem se perde nos sentimentos e depois