Na manhã seguinte, o despertador tocou cedo. O céu ainda estava coberto por um manto cinzento e úmido, típico das manhãs de segunda no interior. Eduardo levantou devagar, tentando não acordar Laís, mas ela já o observava com os olhos semicerrados.
— Vai cedo hoje? — ela murmurou, ainda com a voz rouca do sono.
— Preciso ver uns documentos antes da reunião com a equipe — respondeu ele, vestindo a camisa com pressa.
Ela o observou por um instante, em silêncio. Estava aprendendo a enxergar os sinais dele. E naquele dia, o cansaço parecia mais profundo. Não era físico. Era mental.
— Vai dar tudo certo — disse, com ternura.
Eduardo parou, se inclinou e a beijou na testa. — Eu volto antes do almoço. Te busco pra comer fora. Só nós dois.
— Com pão de queijo? — ela sorriu.
— Você me conhece.
Quando ele saiu, Laís ficou ali, deitada, observando o teto. Ainda sentia o calor da noite anterior no corpo, mas o coração já antecipava o dia difícil. Levantou devagar, tomou banho e se vestiu com uma b