EduardoO quarto estava escuro, iluminado apenas pela luz azulada do celular. Eduardo estava jogado na cama, com uma camiseta velha e a janela aberta, deixando o ar da noite entrar. O ventilador fazia um barulho insistente, mas o que realmente o impedia de dormir era outra coisa.Laís.Ela estava ali, no canto dos pensamentos, como uma música antiga que volta do nada — familiar, nostálgica, e um pouco dolorida.Desde a segunda-feira, tudo girava ao redor dela. No trabalho, nas conversas, nos silêncios. Principalmente nos silêncios. Ele tentou ser natural, manter distância, respeitar o espaço dela. Mas era difícil. Porque bastava vê-la passar os dedos no cabelo, ou morder o lábio quando estava concentrada, que tudo voltava. O beijo apressado, a sensação de perda, o “depois a gente se fala” que nunca aconteceu.E agora estavam ali. No mesmo ambiente. Mesma cidade. Mesma sintonia. Mas em mundos ainda descompassados.Ele rolou no colchão, pegou o celular e digitou uma mensagem. Curta. Lev
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