O dia amanheceu calmo. O tipo de manhã que engana: céu limpo, ar fresco e cheiro de pão na chapa nas esquinas do centro. Eduardo e Laís caminharam de mãos dadas até a padaria da esquina, ainda rindo da piada interna que haviam criado na noite anterior sobre o “pão de queijo possessivo”.
— Eu juro que vou comprar uma bandeja só pra você — disse Eduardo, puxando a cadeira para ela. — Mas a minha, você respeita.
— Isso é chantagem emocional, doutor Eduardo — respondeu ela, com um sorriso maroto nos lábios.
Tomaram café juntos, entre conversas leves e planos de uma viagem no próximo feriado. O clima era de um casal que finalmente respirava no mesmo ritmo. Mas Eduardo sabia que aquilo não duraria o dia todo. Às 11h, tinha reunião marcada com o prefeito.
***
O gabinete era grande e bem iluminado, mas o ar parecia carregado. O prefeito o recebeu com cordialidade falsa e um sorriso apertado.
— Eduardo, sente-se. Precisamos falar sobre os rumos da nossa parceria.
Eduardo assentiu, mantendo o o