O portão era alto demais para alguém como Isadora.
Imponente, blindado, vigiado. Tudo naquela mansão dizia: você não pertence aqui. Mas Isadora não se mexeu. Os braços cruzados sobre o peito, o vento levantando as pontas do vestido vermelho contra suas pernas. O salto firme batia contra o chão de pedra, ecoando como um desafio.
Dois seguranças se aproximaram com lentidão, os olhos varrendo-a dos pés à cabeça.
— Volta pra onde veio, moça. Essa casa não é de visita.
Ela não respondeu de imediato.
— Preciso falar com Matteo Bianchi.
Um deles riu, seco.
— E eu preciso de férias. Ninguém entra sem hora marcada. Ele não está.
— Está — respondeu ela, com firmeza. — E vai me ouvir.
O segundo segurança deu um passo à frente, já com a mão no braço dela, pronto para empurrá-la para fora. Foi quando eles pararam.
Congelaram, como cães farejando o dono antes da bronca.
Isadora sentiu a presença antes de vê-lo. Aquela mudança súbita no ar, como quando a tempestade se aproxima em silêncio. Matteo.
V