POV ISADORA
O silêncio depois da tempestade era quase insuportável.
As penas do travesseiro flutuavam no ar, girando lentamente como restos de uma batalha que ninguém viu. O abajur tombado piscava intermitente, espalhando uma luz trêmula sobre os livros jogados ao chão, alguns ainda abertos, outros rasgados na lombada. Havia cacos de vidro perto da porta. E, no centro de tudo, sentada com as pernas dobradas e os ombros encostados na parede, Isadora ainda segurava o teste de gravidez entre os dedos.
As duas linhas ali pareciam zombar dela. Mas não havia mais lágrimas.
O rosto estava seco. A boca firme. Os olhos duros como pedra. A dor já não queimava — agora, congelava.
Se ninguém vai me proteger… então que me temam.
Ela pensou em Matteo.
Não no primo sedutor que todos murmuravam à sombra do nome Bianchi. Pensou no homem que a olhou no escritório sem dó, sem escárnio, sem pena. Apenas… a observou. Como quem assiste uma tragédia acontecer e espera, curioso, para ver se o que resta dos d