Os primeiros murmúrios surgiram como sussurros entre os presentes. Olhares eram trocados. Benedetta ajeitou-se na cadeira, impaciente.
Matteo tirou o celular do bolso, desbloqueou a tela. As mensagens de Isadora estavam ali, não lidas. Ele digitou algo, hesitou, apagou. Ficou apenas olhando a tela, os dedos imóveis. A dúvida era uma tortura.
— Vamos ficar aqui até amanhecer? — A voz gelada de Benedetta cortou o silêncio. Os olhos dela, duros como ferro, estavam cravados em Matteo.
Ele não respondeu. Nem se virou. Vittorio, sempre rápido em aproveitar silêncios, foi o primeiro a falar:
— Precisamos começar. Enzo Bianchi está morto. Não é exatamente algo pequeno.
O salão reagiu. Um burburinho de vozes graves se sobrepôs. Comentários, especulações. Benedetta manteve o semblante impassível, mas sua voz, quando ecoou, foi firme:
— A causa oficial: overdose. — Nem ela mesmo acreditava.
Don Fabrizio recostou-se na cadeira.
— Herdeiro direto do último Don — disse, a voz carregada de intenção.