Os corredores da mansão estavam mergulhados em penumbra. Isadora caminhava com passos leves, quase sem tocar o chão, como se o próprio ar carregasse o peso de sua urgência. Os ecos de tiros ainda reverberavam em sua mente. Mantinha-se distante das rotas principais, evitando ser vista.
Ela seguiu por uma ala menos usada da mansão, onde ficavam os antigos quartos de serviço, salas de armazenamento e corredores de manutenção. O coração batia como um tambor.
Foi ali que deu de cara com Enrico.
Ferido, cambaleando, os olhos arregalados e injetados de desespero. A camisa suja de sangue. Uma pistola tremia em sua mão.
Eles se encararam por um segundo que pareceu eterno.
Ele agiu primeiro.
Agarrou Isadora num reflexo de sobrevivência, puxando-a com força e encostando a arma contra seu corpo.
— Quietinha! — rosnou. — Quem é você? Tá sozinha?
Isadora tremeu. Mas seu instinto de sobrevivência falou mais alto. A voz saiu embargada, mas rápida:
— Eu… não sou ninguém. Sou… sou só uma funcionária da