51: Segredos Sob o Concreto

Os corredores da mansão estavam mergulhados em penumbra. Isadora caminhava com passos leves, quase sem tocar o chão, como se o próprio ar carregasse o peso de sua urgência. Os ecos de tiros ainda reverberavam em sua mente. Mantinha-se distante das rotas principais, evitando ser vista.

Ela seguiu por uma ala menos usada da mansão, onde ficavam os antigos quartos de serviço, salas de armazenamento e corredores de manutenção. O coração batia como um tambor.

Foi ali que deu de cara com Enrico.

Ferido, cambaleando, os olhos arregalados e injetados de desespero. A camisa suja de sangue. Uma pistola tremia em sua mão.

Eles se encararam por um segundo que pareceu eterno.

Ele agiu primeiro.

Agarrou Isadora num reflexo de sobrevivência, puxando-a com força e encostando a arma contra seu corpo.

— Quietinha! — rosnou. — Quem é você? Tá sozinha?

Isadora tremeu. Mas seu instinto de sobrevivência falou mais alto. A voz saiu embargada, mas rápida:

— Eu… não sou ninguém. Sou… sou só uma funcionária da
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