Horas depois, a porta se abriu com um estalo suave. Matteo entrou no escritório com os ombros tensos, os olhos marcados pelo desgaste do dia. Parou ao ver Isadora deitada no sofá, o vestido com a fenda revelando mais do que escondendo, o perfume dela ainda presente no ar.
Seus traços endurecidos vacilaram. Um meio sorriso surgiu nos lábios. Aquele tipo de sorriso que nunca mostrava aos outros.
Aproximou-se em silêncio. Ajoelhou-se ao lado dela e tocou de leve o rosto. Os olhos estavam um pouco inchados. Ela havia chorado. Seu coração apertou.
Sem despertá-la, a tomou nos braços com cuidado. Isadora se remexeu levemente, a cabeça encostando em seu peito, e ele a levou para o quarto com passos silenciosos.
Ao deitá-la na cama, ela acordou parcialmente, os olhos semicerrados, a respiração lenta.
— Fica comigo… por favor… — ela murmurou, segurando o terno dele com dedos fracos.
Matteo hesitou. Tocou o rosto dela com a ponta dos dedos, a voz saindo baixa:
— Estou ocupado.
Mas ela não o sol