O quarto de Matteo estava mergulhado em uma penumbra dourada da tarde que entrava pelas cortinas entreabertas. Sobre a escrivaninha, repousava uma pequena caixa de veludo escuro, aberta, revelando as duas alianças reluzentes. Ele estava sentado diante dela, os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça baixa.
Segurava uma delas entre os dedos como se fosse uma arma sagrada. O metal frio contrastava com o calor que queimava sob sua pele. Por um instante, Matteo pegou o celular. Desbloqueou a tela. Procurou por um nome. O polegar parou sobre o contato de Benedetta. Seus olhos escureceram. Bloqueou a tela. Guardou o telefone.
Caminhou até o espelho da cômoda. Encostou-se à moldura e fitou o próprio reflexo. A expressão firme, o maxilar tenso.
— Hoje ela deixa de ser promessa — murmurou. — Vai carregar meu nome. Meu sangue. Meu destino.
Guardou as alianças na caixa. Fechou a tampa com um estalo seco. Vestiu o paletó preto com a precisão de um ritual. Ajustou os punhos da camisa, apertou os