O portão se fechou atrás dela com um estalo metálico. Isadora desceu do carro com uma mala pequena numa mão e o coração apertado na outra. A mansão dos Bianchi se erguia diante dela, majestosa e fria, envolta por colunas de mármore e jardins perfeitamente moldados. Cada centímetro daquela construção parecia gritá-la de volta: você não pertence aqui.
Matteo já a aguardava na entrada.
Vestido com um terno cinza-escuro, sem gravata, ele parecia parte da própria mansão — sólido, impenetrável, inabalável. Não havia calor no olhar que pousou sobre ela. Nem raiva. Nem compaixão. Apenas avaliação.
— Bem-vinda — disse ele, com a cortesia gelada de quem apresenta uma cela de luxo a um prisioneiro.
Isadora subiu os degraus, o salto ecoando contra o mármore, e passou pela grande porta dupla. O interior da casa era ainda mais impressionante: pisos polidos refletindo a luz dos lustres importados, paredes forradas com obras de arte discretas e corredores longos como labirintos silenciosos.
Era lindo