A mansão dos Bianchi era um organismo vivo — respirava pelas paredes, murmurava pelos corredores. E agora, parecia observá-la, cada canto ecoando o que ela queria desesperadamente esconder.
Isadora caminhava com cuidado, tentando agir normalmente. Cada passo era medido, cada gesto calculado para não chamar atenção. Mas o corpo a traía — os enjoos vinham em ondas discretas, a cabeça latejava, as mãos suavam. Ela passava reto pelos empregados, fingindo ser invisível, mas sabia: estavam de olho.
Uma mulher parada no final do corredor — a governanta — observava com a neutralidade fria de quem julga sem precisar falar.
Preciso avisar Matteo antes que seja tarde.
Isadora acelerou o passo. Subiu as escadas até o andar superior, onde ficava o escritório dele. Bateu na porta, duas vezes.
Nada. Tentou de novo.
Foi então que um empregado surgiu, com a expressão vazia de sempre.
— Senhor Bianchi não está na casa.
O vazio na resposta fez seu estômago afundar. O aviso veio pouco depois.
— A senhora