Narrado por Isabela
Victor estava diferente. Desde que me entregou aquele envelope rasgado, algo nele se acalmou — mas outra parte parecia em alerta. Como se tivesse vencido uma batalha, mas soubesse que a guerra ainda não tinha acabado.Eu o observava em silêncio. Ele sorria mais. Dormia melhor. Mas havia um cansaço nos olhos. Um cansaço que não vinha do corpo, mas da alma.Na semana seguinte, ele me chamou no quintal.— Quero te mostrar uma coisa.Era um texto. Um relato. Sobre a visita do pai. Sobre o convite para voltar. Sobre a escolha de dizer não.— Quero publicar isso junto com o livro — ele disse. — Quero que as pessoas saibam que o poder não acaba quando a empresa cai. — Ele tenta voltar. — Ele tenta se disfarçar de oportunidade.Li o texto. Era cru. Forte. Doloroso.— Você tem certeza?— Tenho. — Se eu esconder isso, ele continua vencendoPublicamos o relato como um capítu