Eu havia dito que começaria na segunda-feira. Disse que precisava de tempo. Mas a verdade é que, desde a proposta, Victor já estava sob minha pele.Cheguei ao colégio com a pulseira fina que minha mãe me emprestou, cabelos presos num coque despretensioso e a sensação de que todo mundo olhava mais do que devia. Aparentemente, o boato já tinha começado antes de mim.Victor estava encostado no carro importado dele, como se fosse o astro de um filme adolescente. Camisa escura, mangas dobradas, o tipo de coisa que faz o uniforme parecer menos uniforme. Quando me viu, abriu um meio sorriso — daqueles que não se ensaia, mas que se sabe exatamente o efeito que tem.— Bom dia, namorada — ele disse, baixo, só pra mim ouvir.— Você está se divertindo com isso, né?— Muito menos do que deveria — respondeu, me oferecendo o braço.Hesitei por meio segundo. Depois cedi. A química não estava no toque, mas no gesto antes dele: o convite, o espaço, a forma como ele esperava que fosse minha escolha. Iss
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