— Ela tá indo embora. Rodoviária. Sozinha. Letícia ajudou.
Pedro disse com a respiração acelerada, o olhar suado de desespero
— Ela acredita que tá protegendo a todos fugindo.
Miguel não pensou.
Não respirou.
Não hesitou.
Num segundo, o celular já estava no ouvido.
— Enzo. Carro. Agora. E rastreie as câmeras da rodoviária. Mande segurança cercar cada saída. Se ela entrar naquele ônibus, eu destruo tudo até encontrá-la.
A frase soou mais como uma ordem militar do que como um apelo. Mas só ele sabia o que doía por dentro.
Ela não era só a mulher que ele queria.
Era a mulher que fazia sentido na vida dele.
E ele não aceitaria um final onde ela simplesmente desaparecia.
“Você disse que as crianças não aceitam metades... E agora, Anyellen? Quem tá fugindo?”
Ele repetia para si, como um mantra entre os dentes.
O carro deslizou pelas ruas feito raio. Quando a localizou no terminal, os olhos dele se incendiaram.
Lá estava ela, mochila nos ombros, a mala pequena aos pés, e o olhar que tentav