O sábado amanheceu preguiçoso na casa da Vitória. O sol da Bahia derramava-se pelas janelas, iluminando uma cena de caótica domesticidade. No tapete da sala, Dante, o homem que um dia fora o titã implacável de São Paulo, estava de quatro, fingindo ser um cavalo, enquanto seu filho Léo, de quase dois anos, gargalhava em suas costas, segurando seus cabelos como se fossem rédeas.
Helena observava a cena da porta de seu estúdio, uma xícara de café nas mãos, o coração transbordando de um amor tão sereno e profundo que parecia a própria gravidade que mantinha seu universo em ordem. Aquela era a sua paz. Não um silêncio vazio, mas uma sinfonia de risadas de criança, o cheiro de café e o homem que ela amava sendo, simplesmente, um pai.
— Certo, cavalo, a mamãe precisa de você — disse Helena, rindo. — Temos uma reunião importante hoje.
Dante rolou no tapete, depositando um Léo exultante ao seu lado.
— Reunião? Eu pensei que tínhamos banido reuniões aos sábados.
— Esta é diferente — ela respond