Os últimos meses da gravidez de Helena foram uma sinfonia de contrastes. Na oficina, ela era a mestra artesã, a força da natureza que, com uma barriga de nove meses, supervisionava o delicado processo de embalar suas monumentais esculturas de mármore para a viagem a São Paulo. A exposição, o ápice de sua carreira, estava a poucas semanas de distância.
Em casa, no entanto, ela era o centro calmo de um furacão de ansiedade chamado Dante Alencar.
O homem que enfrentara seu pai e remodelara um império corporativo com uma calma de aço, havia se transformado em um poço de nervosismo adorável e exasperante. Ele lera todos os livros sobre paternidade. Tinha três aplicativos diferentes em seu celular para monitorar o desenvolvimento do bebê. A mala da maternidade estava pronta e no porta-malas do carro há mais de um mês, e ele a inspecionava a cada dois dias, como um general inspecionando suas tropas antes da batalha.
— Dante, pelo amor de Deus, o bebê não vai precisar de um manual de instruçõ