A Torre Alencar era uma lança de vidro preto perfurando o céu cinzento de São Paulo. Era um monumento à filosofia de Arthur Alencar: impenetrável, imponente e fria. Ao entrarem no lobby de mármore cavernoso, onde o único som era o eco de seus próprios passos, Helena sentiu a pressão do lugar, uma força invisível projetada para fazer qualquer um se sentir pequeno e insignificante. Mas, segurando a mão de Dante, ela não se sentiu pequena. Sentiu-se como o centro calmo de um furacão que se aproximava.
Eles não falaram no elevador privado que os levou ao último andar. A hora das palavras de encorajamento havia passado. Agora era a hora da ação. Quando as portas se abriram, eles entraram em um mundo de silêncio e poder. A sala do conselho era longa e estreita, dominada por uma mesa de mogno que parecia um porta-aviões. As janelas do chão ao teto mostravam a cidade lá embaixo, um lembrete constante do mundo que eles comandavam.
Os membros do conselho já estavam sentados, os rostos tensos e