A semana que antecedeu a reunião do conselho foi como viver no coração de um furacão. O epicentro da tempestade, no entanto, não era uma torre de vidro em São Paulo, mas uma oficina empoeirada em Candeias. O mundo exterior explodia em caos, mas ali dentro, um novo tipo de ordem, mais forte e mais resiliente, prevalecia.
Na terça-feira, um dia após a ligação de Dante, os primeiros tremores foram sentidos. Seus aliados no conselho ligavam, as vozes uma mistura de pânico e admiração relutante. Os legalistas de seu pai ligavam, cuspindo ameaças e acusações. Dante lidava com tudo com uma calma letal, sua voz nunca se alterando, cada resposta era um movimento preciso em seu jogo de xadrez.
Enquanto a guerra corporativa de Dante se desenrolava em chamadas de vídeo e e-mails criptografados, a de Helena era travada em silêncio, com o aço e a pedra. O som de seu martelo era a trilha sonora da revolução deles. Era um som constante, rítmico, que aterrava Dante, lembrando-o do que era real em meio