A segunda-feira amanheceu na casa da Vitória com a promessa de uma nova e deliciosa normalidade. O sol entrava pelas janelas do quarto, pintando listras douradas sobre os lençóis onde Helena e Dante ainda estavam entrelaçados. O cheiro de café já pairava no ar, preparado por Dante, que se levantara mais cedo. Era uma pequena inversão de papéis que se tornara o ritual matinal deles. Ele, o homem que nunca preparara o próprio café, agora o fazia com o esmero de um artesão, enquanto ela, a madrugadora de sempre, se permitia o luxo de despertar lentamente.
— Bom dia — ele sussurrou, beijando o ombro dela quando ela entrou na cozinha. — Fiz café e uma descoberta terrível.
— Ah, é? E qual seria? — ela perguntou, envolvendo os braços em sua cintura por trás, apoiando a bochecha em suas costas.
— Descobri que sou péssimo em fazer tapioca, mas sou surpreendentemente bom em fazer ovos mexidos. Meu pai ficaria horrorizado. Um Alencar cozinhando o próprio café da manhã... é o apocalipse.
Ela riu,