A manhã de terça-feira nasceu diferente. Quando Dante chegou, pontualmente às oito, com os dois copos de café nas mãos, não havia hostilidade nos olhos de Helena. Havia uma cautela, uma quietude, mas a muralha de gelo havia derretido, revelando o terreno incerto e vulnerável por baixo. Ela aceitou o café com um aceno de cabeça, e o gesto simples foi uma trégua, um acordo silencioso para honrar a honestidade crua do dia anterior.
Ele não se sentou na cadeira do canto, o posto de observação do general. Em vez disso, encostou-se em uma bancada distante, dando-lhe espaço, sua presença era um suporte silencioso em vez de uma pressão. Ele estava, Helena percebeu, com medo de quebrar o frágil equilíbrio que haviam alcançado.
Naquele dia, pela primeira vez em quatro meses, Helena sentiu o chamado da pedra. Não era uma exigência ou uma tarefa, mas um sussurro, um convite. Ela caminhou até o fundo da oficina, onde os blocos brutos de mármore esperavam, seus corações de pedra silenciosos. Passou