O silêncio que se instalou na oficina após a pergunta de Helena era diferente de todos os silêncios que já haviam compartilhado. Não era tenso, nem expectante, nem erótico. Era um silêncio absoluto, o vácuo que se forma um segundo antes de uma estrutura, antes considerada inabalável, finalmente ceder à pressão.
Dante a encarava, e pela primeira vez, Helena o viu completamente desprovido de sua armadura. A pergunta dela – qual é a sua rachadura na pedra? – não fora apenas um ataque; fora uma chave, inserida em uma fechadura que ele mantivera escondida do mundo por toda a sua vida. O choque em seus olhos foi real, a máscara de controle do CEO escorregando para revelar o homem por baixo, um homem pego de surpresa em seu próprio território.
Seu primeiro instinto, o instinto de um animal encurralado, foi atacar de volta para se defender.
— Estamos aqui para discutir a sua arte, Helena, não para uma sessão de terapia barata sobre a minha psique — disse ele, a voz fria e cortante, uma tentat