A porta se fechou, e o som do motor do carro de Dante se afastando foi como o último prego sendo martelado em um caixão. Helena permaneceu na soleira, o eco das palavras sussurradas por ele ainda queimando em sua orelha: Agora eles são parte do nosso "acordo" também.
Não era mais uma ameaça velada. Era uma coleira. E a guia estava firmemente na mão dele.
— Minha filha? Você está bem? Está pálida como cera.
A voz de sua mãe, Lúcia, a trouxe de volta da beira do abismo. Ela se virou e viu a preocupação genuína no rosto da mulher que a amava mais do que tudo no mundo. Ao lado dela, Ricardo sorria, alheio a tudo.
— Ele não é incrível, Lena? Que homem! Gentil, educado, e vai nos dar outro projeto! Nossa vida mudou!
— Sim — sussurrou Helena, a palavra arranhando sua garganta. — Mudou.
— Você parece cansada — disse Lúcia, tocando a testa da filha. — Talvez todo esse estresse... você precisa descansar.
— É isso, mãe. Eu só preciso... de um pouco de ar. Vou voltar para a oficina.
Ela se afasto