O despertador não precisou tocar. Helena já estava de pé há mais de uma hora, movendo-se em sua oficina com a precisão silenciosa de um soldado preparando seu armamento antes da batalha. O desespero e as lágrimas do fim de semana haviam sido guardados, trancados em um cofre de gelo em seu peito. A dor ainda estava lá, uma brasa constante, mas agora estava revestida de um propósito frio. Ele queria jogar? Ela aprenderia as regras.
Ela prendeu os cabelos em um coque apertado e funcional. Vestiu uma calça jeans velha, manchada de tinta e argila, e uma camiseta cinza simples. Eram suas roupas de trabalho, sua armadura. Cobriu a estátua da mulher presa com o lençol, escondendo a evidência de sua vulnerabilidade. Em sua bancada, não havia mármore, apenas um grande bloco de papel branco e uma caixa de carvão. Se ele queria um projeto, ela lhe daria um projeto. Profissional. Distante. Impessoal.
Às oito horas em ponto, ouviu a batida na porta. Não era uma batida arrogante, mas dois toques fi