Comprada Pelo Bilionário
Comprada Pelo Bilionário
Por: Yas
Capitulo 01

O luxo me dava nos nervos. Sério, era demais. Aquele salão enorme do Museu de Arte Moderna de São Paulo era tão espaçoso que dava pra morar uma família de cinco pessoas em cada metro quadrado. Lustres de cristal que pareciam cachoeiras de diamantes, garçons flutuando com bandejas de champanhe e gente rica com roupas que valiam meu rim esquerdo.

Eu? Eu estava lá fingindo ser alguém.

Meu nome é Alice Vitali, e sou artista. Não "artista de rua", como o povo ignorante gosta de chamar. Eu pintei murais por necessidade, sim, mas minha paixão são as telas, as cores, as formas. Meu estúdio é uma bagunça de tintas e sonhos, mas aqui... aqui eu era uma fraude ambulante.

O vestido azul-marinho que eu usava não era meu. Era da minha amiga Carol, que tinha ficado de cama com uma gripe punk. "Aproveita, Alice! É sua chance de ouro! Aquele curador, o Bastos, vai estar lá", ela tossiu no telefone. E eu, desesperada por uma chance de ganhar dinheiro pra ajudar minha mãe, engoli o orgulho e aceitei o convite emprestado.

Eu me sentia um ET. Cada passo era calculado pra não derrubar nada caro, cada sorriso era forçado pra não parecer uma idiota. Minha meta: achar o tal Antônio Bastos, enfiar meu portfólio digital goela abaixo dele e rezar pra ele ver alguma coisa além das minhas curvas.

E falando em curvas, o velho Bastos era um babão clássico. Consegui a atenção dele por uns cinco minutos, tempo suficiente pra ele elogiar "o fogo" no meu olhar e perguntar se eu modelava. Respirei fundo, forcei um sorriso e dei a desculpa mais esfarrapada que me veio à mente. "Preciso pegar um ar."

Era uma mentira óbvia. A única coisa que eu queria era ar puro de verdade, longe daquele perfume de dinheiro e arrogância. Comecei a andar de costas, tentando me desvencilhar da multidão sem ser notada, meus olhos procurando uma saída.

Foi quando aconteceu.

BAM.

A colisão foi tipo bater numa parede de mármore. Eu não me mexi, mas minha taça de champanhe, que eu nem tinha bebido, balançou perigosamente. Pensei: "Pronto, vou ser expulsa."

Virei, pronta pra pedir mil desculpas, com o coração na garganta. E então, eu o vi.

Ele era o tipo de homem que faz o mundo parar. Não porque era bonito – ele era bem mais do que isso. Era uma força da natureza vestida de terno. O cabelo castanho impecável, a barba aparada que emoldurava um queixo de mármore. O terno, de um carvão tão escuro que parecia engolir a luz, caía perfeitamente em seus ombros largos.

Os olhos dele. Ah, os olhos. Eram de um cinza tão claro que pareciam pedaços de gelo sob um céu nublado, mas queimavam com uma intensidade que me fez prender a respiração. Eles deslizaram pelo meu corpo, do meu cabelo preto bagunçado pela franjinha até o decote do vestido que, de repente, pareceu revelar demais.

Ele segurava a própria taça com uma calma absurda, como se a gente se batesse todo dia em leilões de milhões. Nenhuma gota derramada. Nenhum pingo de irritação em seu rosto. Só... uma avaliação. Como um especialista de arte diante da peça mais interessante que já viu.

Um sorriso preguiçoso e quase invisível, mas totalmente predatório, tocou seus lábios. Foi a primeira vez que vi um sorriso que prometia mais perigo do que charme.

"Correndo de alguém, senhorita?" A voz dele era grave, aveludada, mas com um tom que não admitia mentiras. E eu, pela primeira vez na vida, não conseguia encontrar uma resposta sarcástica.

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