Nos últimos dias, percebi que precisava respirar. Não era como se algo tivesse acontecido de forma dramática ou cinematográfica… mas havia um peso crescendo no peito. Talvez fosse o medo de esquecer que aquilo era um contrato. Talvez fosse o fato de que, quanto mais tempo passava, mais eu esquecia.
Comecei com pequenas coisas. Demorava mais para responder as mensagens dele. Quando Pedro sugeria um jantar depois do trabalho, eu inventava desculpas, compromissos que não existiam, prazos que poderiam muito bem esperar. Quando ele ligava, minha voz soava mais formal, como se estivéssemos tratando de um assunto qualquer, e não de nós dois.
Era estranho, porque no fundo eu não queria afastá-lo. Mas precisava. Para não me perder mais do que já estava me perdendo.
Naquela terça-feira, ele me mandou uma mensagem:
Pedro:"Almoço hoje?"
Demorei quase uma hora para responder:
Isadora:"Não vou conseguir, tenho reunião."
Não era mentira… só não era a reunião que ele estava imaginando. Era comigo mes