Capítulo 23

Achei que depois do parque, Pedro diminuiria o ritmo dessas surpresas.

Mas, aparentemente, ele tinha colocado minha paciência como novo projeto pessoal.

Era sábado de manhã, e eu estava no sofá, com Bento dormindo em cima das minhas pernas, quando alguém bateu à porta. O coração acelerou antes mesmo de eu ver quem era.

Quando abri, lá estava ele, com um saco de papel na mão e um sorriso satisfeito.

— Trouxe café da manhã. — anunciou, como se isso explicasse tudo.

— E o motivo? — perguntei, arqueando a sobrancelha.

— Preciso de motivo pra alimentar minha… namorada? — ele provocou, deixando uma pausa carregada de ironia.

Revirei os olhos, mas o cheiro de pão de queijo recém-saído do forno foi traiçoeiro. Bento, claro, acordou na hora e pulou do meu colo para cheirar o saco.

— Ele já é meu aliado — Pedro disse, abaixando-se para fazer carinho no gato.

— Não se empolgue. Ele se vende por comida. — retruquei, tentando manter a barreira que vinha erguendo desde a última semana.

Se
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