Achei que depois do parque, Pedro diminuiria o ritmo dessas surpresas.
Mas, aparentemente, ele tinha colocado minha paciência como novo projeto pessoal.
Era sábado de manhã, e eu estava no sofá, com Bento dormindo em cima das minhas pernas, quando alguém bateu à porta. O coração acelerou antes mesmo de eu ver quem era.
Quando abri, lá estava ele, com um saco de papel na mão e um sorriso satisfeito.
— Trouxe café da manhã. — anunciou, como se isso explicasse tudo.
— E o motivo? — perguntei, arqueando a sobrancelha.
— Preciso de motivo pra alimentar minha… namorada? — ele provocou, deixando uma pausa carregada de ironia.
Revirei os olhos, mas o cheiro de pão de queijo recém-saído do forno foi traiçoeiro. Bento, claro, acordou na hora e pulou do meu colo para cheirar o saco.
— Ele já é meu aliado — Pedro disse, abaixando-se para fazer carinho no gato.
— Não se empolgue. Ele se vende por comida. — retruquei, tentando manter a barreira que vinha erguendo desde a última semana.
Se