Era uma verdade universal que jantares com a sogra, mesmo uma sogra de mentira, vinham acompanhados de surtos emocionais, crises existenciais e, às vezes, uma leve vontade de fugir do país. No meu caso, tudo isso veio em dobro.
— Você vai jantar com a família dele? — Clara arregalou os olhos enquanto me observava empacotar três tipos diferentes de roupa no sofá, como se fosse para uma viagem internacional, e não apenas para um simples jantar.
— “Simples jantar” é uma expressão que perdeu o significado desde que descobri que a mãe dele serve entrada, prato principal e sobremesa com talheres diferentes para cada um.
— Tá. Mas por que você tá levando três vestidos?
— Porque se eu chegar lá e perceber que escolhi o errado, não posso voltar correndo pra casa. Ou melhor, posso, mas aí ia levantar suspeitas. E a última coisa que a gente precisa é a família dele achando que eu sou instável emocionalmente.
Clara me observava com aquele olhar paciente de quem já sabia que não adiantava tentar u