Sophie passou horas naquele mesmo cômodo, onde o silêncio só era quebrado pelo soluço contido e pelo som irregular de sua respiração. Cada instante era uma eternidade de angústia, e a tristeza a afundava ainda mais em um abismo de desespero. Em meio a lágrimas e lembranças fragmentadas, sua mente viajava, quase que involuntariamente, aos dias em que tudo parecia tão perfeito.
— Daniel… — ela murmurava para si mesma, com a voz embargada. — Como chegamos aqui?
Os pensamentos a transportavam para a faculdade, onde seus olhos se encontraram pela primeira vez. Lembrou-se do sorriso tímido dele, do jeito desajeitado com que tentava puxar conversa, e da sensação inexplicável de que, por um breve instante, o mundo conspirava para uni-los. O primeiro encontro, repleto de risos e timidez, havia se transformado em um dos momentos mais lindos e felizes de toda a sua vida, um filme que se repetia incessante em sua mente.
E então veio a primeira viagem com a família dele, onde o ambiente era acolhe