Parte 116...
Aurora
O som da cidade me cercava, abafado pelo vidro escuro do carro. Milão tinha outra energia, mais polida, mais fria. Mas eu não estava ali por causa das ruas largas ou das vitrines de luxo. Eu estava ali por ele.
O celular vibrou entre meus dedos. Uma nova mensagem.
Domenico: “Como você tá?”
Olhei para a tela por alguns segundos, deixando o dedo repousar sobre a borda. O motorista freou suavemente diante do hotel, e o letreiro aceso refletiu nas minhas pernas cruzadas.
Sorri.
Respirei fundo, como se preparasse o palco de um pequeno segredo, e digitei com calma:
“Muito bem. E logo você vai estar também.”
Apertei enviar e saí do carro. O ar estava fresco, e mesmo com o salto, caminhei com leveza até a entrada giratória.
Nova vibração.
Domenico:<