— Enfim — disse a amiga, empolgada —, todos sabemos que Natasha sempre foi protegida entre os irmãos, e nunca pôde viver como a gente, meras mortais. Por isso, preparamos uma grande surpresa pra ela! — levantou o copo em brinde, teatral. — Ela não faz ideia de como foi difícil conseguir esse arranjo!
Natasha riu, tentando parecer feliz, mas o riso não chegou aos olhos.
De repente, as luzes se apagaram. Um murmúrio percorreu o salão, seguido por risadinhas curiosas e o som de taças tilintando.
Uma música começou. A batida grave de Ameno encheu o espaço, lenta, envolvente, quase ritualística.
As portas duplas que levavam ao jardim se abriram, e um vento frio atravessou o salão.
As portas do jardim continuaram abertas, e por elas entrou um homem. Alto. Silencioso. O rosto completamente coberto pelo capuz branco. O tecido do manto ondulava com o vento, revelando apenas mãos fortes, de pele pálida.
As convidadas começaram a rir e a cochichar, algumas aplaudindo, sabendo que fazia pa