Indecentemente

Fiquei parada. Sem saber se sorria ou se dava um passo pra trás. Parte de mim queria acreditar que aquilo era um elogio. Mas outra parte… sentiu uma pontada estranha, como se ele estivesse me chamando de fácil, de previsível, de disponível demais.

Mas a forma como ele me olhava… como se eu fosse a coisa mais interessante da tarde, ainda que por um segundo, fazia tudo parecer confuso.

E talvez fosse esse o problema.

Ele encostou os lábios nos meus de novo, mais devagar dessa vez. Como se pedisse permissão. Como se dissesse que ainda dava tempo de ir embora, se eu quisesse. Mas eu fiquei. Agora seu beijo tinha mais cuidado. mais paciência.

E tudo em mim respondeu.

Eu ainda sentia a respiração descompassada. Minhas mãos estavam meio úmidas, e não sabia se era suor ou nervosismo. Talvez os dois. O sofá onde a gente estava parecia pequeno demais, quente demais. Rafael se afastou só o suficiente pra me olhar nos olhos, como se tentasse entender o que se passava na minha cabeça. Como se soubesse que, apesar de tudo, eu ainda estava processando.

— Posso te pedir uma coisa? — ele perguntou, com a voz baixa, quase rouca.

Assenti devagar. Senti meu coração bater no pescoço.

— Eu tô muito excitado por sua causa — ele disse, e as palavras caíram sobre mim como uma descarga elétrica. — Meu pau doendo de tão duro.

Eu olhei para baixo e via claramente os sinais da sua ereção.

Minha pele corou em 20 tons diferentes de vermelho. Ninguém nunca falou tão sujo assim comigo, e embora eu deva estar parecendo horrorizada. Há uma pulsação suave entre minhas coxas, naquele ponto mais sensível. Olho para as calças novamente e há uma armação contornando o seu pau. Ele está excitado de verdade.

— se você quiser — Ele diz com suavidade. — eu posso te mostrar outra coisa. Um jeito que pode usar sua boca.

A voz dele era baixa, quase carinhosa. Como se quisesse me acalmar. Mas alguma coisa dentro de mim se acendeu, não era exatamente medo, nem exatamente vontade de ir embora. Era só aquele nó no estômago que dizia que talvez… talvez eu não soubesse exatamente o que queria.

Tive que fechar os olhos por um segundo.

Eu já tinha ouvido os meninos falarem disso na escola. Riam alto nos corredores, falavam das meninas como se fossem parte de algum jogo que eu nunca entendi direito. Eu ouvia e fingia que não ouvia. Fingir era mais fácil. Eu nem sei em qual momento nos levantamos, mas ele me encostou na parede com um cuidado que contrastava com o calor do corpo dele. As mãos subiram pelas minhas coxas devagar, firmes, como se me estudassem. A respiração dele vinha quente no meu pescoço, e quando ele colou o quadril no meu, eu senti.

E era assustador.

Meus dedos tocaram o cós da calça dele, trêmulos, e ele parou. O ar entre nós pareceu mais denso por um instante. Os olhos dele encontraram os meus, e a intensidade ali me fez engolir seco.

— Você quer? — minha voz saiu baixa, rouca, como se estivesse pedindo permissão de novo, mesmo depois de já ter tomado a decisão. Não era bem uma pergunta. Era mais um aviso. Uma tentativa de mostrar que eu estava ali por vontade própria, mesmo que insegura, mesmo que com o coração batendo como se fosse explodir.

Ajoelhei devagar. O chão gelado mordeu meus joelhos, e o som do zíper se abrindo pareceu ensurdecedor na sala silenciosa. Ele arfou. As mãos dele se moveram até meu cabelo, mas pararam no ar, como se não soubesse se devia tocar.

— Eu… — comecei, com a voz quase inaudível — eu nunca fiz isso.

Ele riu. Baixo, curto. Aquela risada que era meio incredulidade, meio satisfação.

— Eu sei que você nunca fez isso.

Levantei os olhos, tímida . Ele me olhava com um meio sorriso, sabendo como se aquilo era óbvio.

— Você é a filha daqueles lunaticos, lembra? A princesinha da igreja. A galera acha que você nem sabe o que é um boquete.

A vergonha queimou meu rosto, e eu abaixei os olhos de novo. Eu sabia que era inexperiente, mas ouvir aquilo em voz alta me fez querer desaparecer.

— Ei — ele disse, e dessa vez a voz estava um pouco mais suave, mas ainda carregada daquela arrogância natural de quem também era jovem demais pra saber lidar com a intensidade do momento. — Não precisa ficar assim. Eu posso te mostrar. Vai ser legal. Só relaxa.

“Relaxar.” Como se fosse simples.

Mas mesmo com o rosto quente, mesmo com o estômago revirando, eu queria continuar. Tinha medo, sim. Mas era como se finalmente estivesse quebrando uma bolha que me sufocava há anos. A bolha do “pode ou não pode”, do “isso é pecado”, do “você tem que ser perfeita”.

Ali, ajoelhada na frente dele, tremendo e com o coração acelerado, pela primeira vez eu me sentia viva.

O pau do Rafael que era de um tamanho médio. Cheirava a sabonete e perfume caro. Eu não sabia muito bem o que fazer, mas ele empurrou praticamente o pau na minha direção sem me deixar muita escolha. Meus lábios roçaram a pele sensível com um cuidado que nem eu sabia ter. E quando ele gemeu baixo, abafado, como se estivesse tentando se segurar, eu entendi o poder que aquilo me dava. Não era sobre ele. Era sobre mim. Sobre minha vontade, minha escolha. E naquele momento, eu queria agradar. Eu queria saber como era um homem se desfazer na minha boca.

A sensação era nova, estranha, quente demais, mas também era íntima de um jeito que me deu um nó na barriga. O gosto dele, o som da respiração pesada, os dedos tensos nos meus ombros… era tudo dele. Mas era meu também.

Ele manteve estocadas ritmadas e rápidas, mal dando tempo de eu respirar. Pela sua urgência eu percebi que ele estava quase lá.

— Oh porra, Bel, continua…— Ele sussurrou com a voz rouca, puxando-me com força. Eu pressionei meus lábios, com cuidado pra não machuca-ló com meus dentes. Embora hora ou outra meus dentes roçassem no pau dele.

Ele estava quase lá, quase gozando na minha boca, quando um som seco cortou o ar.

Toque. Toque. Toque.

Eu hesitei no meu boquete, quase parando. Mas então a batida soou mais forte. Mais urgente. Quase uma batida desesperada. Eu congelei, com os joelhos cravados no chão e a respiração presa no peito.

— Isabel? — a voz do Lucas atravessou a porta como uma lâmina, cortando qualquer vestígio de tesão que ainda pairasse no ar.

Meu corpo inteiro se retesou. O coração, que antes galopava por desejo, agora corria por outro tipo de medo. Levantei do chão, arrumando a blusa com pressa, os dedos trêmulos tentando trazer alguma dignidade à cena interrompida. Rafael resmungou algo entre os dentes e, num movimento seco, colocou o pau ainda duro dentro da roupa e começou a abotoar a calça.

— Não atende. — ele disse, com a voz grave e baixa, ainda ofegante. — Fica aqui. Ele vai embora.

— Pode ser uma emergência, Rafael. — murmurei, engolindo em seco. — A Clara ficou sozinha na festa.

Ele me olhou como se eu estivesse traindo algo silencioso entre nós, como se o fato de me afastar fosse mais imperdoável do que tudo que acabamos de fazer.

— Você vai mesmo? — ele sussurrou, o maxilar travado.

— Preciso ir. — falei sem encará-lo, já puxando a barra da blusa mais para baixo, como se ainda tivesse algo indecente.

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