A cama parecia afundar sob meu peso, ou talvez fosse meu coração, esmagado pelo medo e pelo cansaço. As lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto quando me sentei na maca, os braços cruzados sobre o colo, tentando conter o soluço que insistia em subir. O exame ginecológico acabara de terminar; o médico, o de confiança da família, ajeitava os papéis, enquanto a enfermeira retirava os instrumentos com cuidado, quase delicadeza. O silêncio do quarto parecia pesado demais, preenchido apenas pelo som do meu próprio choro contido.
— Daqui a uma hora os resultados do sangue estarão disponíveis — disse o médico, com a voz calma, firme, como se tentasse me dar algum conforto. — Quanto aos exames do Claudemir, estão todos normais. Não precisa se preocupar.
Assenti sem conseguir falar. A simples menção do nome do noivo me deu vontade de engolir em seco. Ele havia deixado claro que não queria que eu tomasse anticoncepcional, e a ideia me enojava. O médico e a enfermeira saíram, fechando a porta s