Quando a agitação do dia finalmente se dissipou, a noite pareceu ainda mais silenciosa.
Carolina estava com os olhos vermelhos, e na cabeça ainda ecoavam as palavras da avó ao se despedir, antes de voltar para o asilo:
— Carol, agora você está feliz. Posso partir tranquila, já dei satisfações para a sua mãe.
Ela não queria que a avó partisse com arrependimentos, e a avó, por sua vez, não queria que, no outro mundo, a própria filha ficasse com o coração inquieto.
Carolina não sabia quem era o pai. Quando criança, chegou a perguntar, mas a resposta da avó foi curta: morreu.
Aquelas duas sílabas, ditas de forma tão seca, lhe deixaram claro que ele não tinha morrido de fato… Apenas não existia na vida da avó.
Nunca mais perguntou. Passou a considerá-lo morto e a viver apenas com duas figuras de família: a mãe, de quem não guardava lembrança alguma, e a avó.
— Senhora… — A batida na porta a tirou dos pensamentos.
Carolina rapidamente enxugou os cantos dos olhos e disse:
— Pode entrar.
A emp