Tatiane, com as unhas perfeitamente esmaltadas, cravava-as discretamente na própria palma. Baixou a voz para dizer:
— Daqui a pouco, na hora das bênçãos, sua mãe precisa me entregar o envelope… Quer dizer, o presente.
As palavras tinham duplo sentido: ela o lembrava de não a deixar passar vergonha.
Afinal, aquele casamento seria dela e a dignidade que vinha junto também.
Não podia perder para Carolina de forma humilhante, ainda que, no fundo, soubesse que não havia mais como superá-la. Roberto, o homem que agora estava ao lado da rival, já valia mais que qualquer outro, especialmente que o que estava diante dela.
Diziam que Roberto não se interessava por mulheres e até que jurara nunca se casar. E, no entanto, surpreendeu a todos ao escolher justamente a mulher que Tatiane menos suportava.
Matheus olhava para aquela mulher de rosto delicado, quase infantil, mas capaz de dizer as coisas mais cruéis, e percebia que, no passado, fora um cego completo por tê-la julgado pura e bondosa. Arre