Dois dias haviam se arrastado como séculos.
Na mansão DeLuca, o tempo parecia suspenso. O silêncio era quebrado apenas por murmúrios de ordens, telefones que tocavam em vão e pelos roncos dos carros que iam e voltavam, trazendo sempre o mesmo vazio: nenhuma pista concreta de Rosalie.
Dona Lúcia já não comia nem dormia. Caminhava pela mansão como um fantasma, as mãos apertando o rosário, murmurando orações entre soluços. Sua figura, outrora firme como a matriarca respeitada, agora parecia quebrada pelo medo.
O Senhor DeLuca permanecia sentado em sua cadeira de couro, as mãos pesadas sobre o braço da poltrona, o olhar fixo no nada. Não era fraqueza, era fúria silenciosa. Por dentro, ardia como um vulcão prestes a explodir.
Martin não parava. Sua energia era um vendaval: organizava homens, cobrava favores, investigava cada sussurro de informação. O corpo dele exalava guerra, e a expressão nos olhos não deixava espaço para dúvidas: ele faria o inferno sangrar, se necessário, para trazer R