Rose chegou em casa ofegante, tentando disfarçar o turbilhão dentro dela. Assim que viu Elena correndo em sua direção, abriu um sorriso trêmulo e a abraçou com força — talvez mais do que o normal. Sentiu o cheirinho doce da filha, o calor pequeno nos braços, e, por um instante, todo o medo pareceu se acalmar.
Na cozinha, o som da faca cortando legumes era a trilha de sua tentativa de normalidade.
 Caterina, sempre atenta, a observava em silêncio enquanto colocava a mesa.
 — Você está bem, filha? — perguntou com cuidado. — Aconteceu alguma coisa?
Rose hesitou por um segundo, respirou fundo e forçou um sorriso.
 — Está tudo bem… só estou com dor de cabeça, o dia foi cansativo.
Caterina não acreditou, mas não insistiu. Apenas assentiu em silêncio, o olhar preocupado.
 Durante o jantar, Rose mal provou a comida. O riso de Elena enchia a casa, e ela tentava se apegar àquela paz simples — à vida que construiu com tanto esforço.
Mas, quando a noite caiu e a casa mergulhou no silêncio, o peso