A cabeça de Rose pesava, os olhos ardiam. Um zumbido constante ecoava em seus ouvidos enquanto tentava entender onde estava. O teto branco e o cheiro de flores frescas denunciavam que não era mais a casa da Itália. Lentamente, ela virou o rosto e reconheceu o abajur, os móveis impecavelmente dispostos — o quarto dela na mansão de Martin, na Alemanha.
Um arrepio percorreu seu corpo.
As lembranças voltaram como uma tempestade: os gritos, os seguranças, Frank sendo contido, Elena chorando nos braços de Dona Lúcia avó.
— Minha filha... — murmurou, a voz embargada.
De repente, o desespero tomou conta dela.
— Minha filha! Elena! — gritou, tentando se levantar.
As pernas fraquejaram, o corpo ainda dormente pela sedação. Cambaleou, agarrou o lençol e caiu de joelhos no chão frio. Lágrimas escorriam sem controle.
— Eles tiraram ela de mim... minha bebê... — soluçava, abraçando o próprio corpo.
A porta se abriu devagar.
Caterina entrou com uma bandeja de comida, o rosto pálido, a voz suave:
— Do